O modelo de negócios baseado em assinaturas tem se consolidado como uma das principais tendências do e-commerce brasileiro, refletindo mudanças significativas no comportamento do consumidor e nas estratégias empresariais. Segundo dados da Betalabs, aproximadamente 74% dos consumidores no Brasil já aderiram a pelo menos um serviço recorrente, evidenciando a crescente popularidade desse formato.

A Pesquisa de Assinaturas 2024, realizada pela Opinion Box em parceria com a Vindi, revelou que 68% dos brasileiros possuem algum tipo de assinatura digital, com uma média de quatro serviços por consumidor. Essa adesão é impulsionada por fatores como conveniência, personalização, previsibilidade de custos e acesso contínuo a produtos ou conteúdos que antes exigiam compras pontuais.
Além dos conhecidos serviços de streaming, como Spotify e Netflix, o modelo tem ganhado força em outros segmentos. É o caso de marketplaces, educação online, alimentação e até energia elétrica. A popularização do modelo de assinatura não se restringe apenas a serviços digitais. Hoje, é possível encontrar clubes de produtos físicos, benefícios exclusivos e programas de fidelidade que adotam essa estratégia. Empresas de grande porte, como Amazon e Magazine Luiza (Magalu), já investem de forma significativa em modelos de recorrência como uma maneira de estreitar o relacionamento com os consumidores e aumentar o ticket médio.
Modelo fortalece a previsibilidade e impulsiona novos negócios
Para as empresas, o modelo de assinatura representa uma transformação estratégica. A previsibilidade de receita permite planejamentos de longo prazo e maior eficiência na gestão de estoque, logística e atendimento. A Totvs destaca que, ao adotar esse modelo, negócios conseguem reduzir o custo de aquisição de clientes e aumentar o valor do ciclo de vida de cada consumidor.
Outro diferencial competitivo está na personalização da jornada. Com base em dados de comportamento, empresas ajustam ofertas e experiências conforme o perfil de consumo. Isso contribui para a fidelização e amplia o engajamento. O mercado também passou a exigir mais flexibilidade — modelos que permitem pausas, upgrades ou cancelamentos sem fricção são cada vez mais valorizados.
Em termos econômicos, o mercado de assinaturas no Brasil já movimenta cerca de R$ 1 bilhão ao ano, com amplo espaço para expansão. Nos Estados Unidos, esse valor ultrapassa os R$ 50 bilhões. Globalmente, a expectativa é que o setor atinja US$ 1,5 trilhão até 2025, de acordo com projeções de mercado.
Com a digitalização acelerada e o avanço de soluções tecnológicas voltadas à gestão de recorrência, o modelo de assinaturas se apresenta não apenas como uma tendência, mas como um novo padrão de consumo. Para o varejo digital, trata-se de uma oportunidade estratégica de gerar valor contínuo ao cliente, fortalecer o relacionamento e ampliar margens em um cenário competitivo.